O caso que chocou Santa Catarina e ganhou repercussão nacional volta ao centro das atenções com o julgamento de Cláudia Fernanda Tavares, acusada de matar o marido, Valdemir Hoeckler, e ocultar o corpo em um freezer na própria residência, em Lacerdópolis, em 2022. A investigação apontou que a vítima foi dopada e asfixiada, e que o corpo permaneceu por dias dentro do eletrodoméstico até ser descoberto pela polícia após uma denúncia anônima.
Um dos filhos de Valdemir, que mora em Concórdia, também revive lembranças dolorosas durante o julgamento, que ocorre nesta quinta-feira (28) em Capinzal. Ele contou que, na época do desaparecimento do pai, esteve em Lacerdópolis com a esposa e ambos passaram a noite na casa da família. Segundo o depoimento, Cláudia apresentou comportamento estranho: insistiu em dormir em uma poltrona próxima do freezer e não permitia que ninguém se aproximasse do eletrodoméstico. O relato reforça as suspeitas de ocultação do cadáver e se soma às provas que agora estão sendo analisadas pelo júri popular.

Cláudia confessou o crime, mas a defesa sustenta que a ação foi motivada por anos de violência doméstica, com relatos de agressões físicas, psicológicas e ameaças, o que teria levado a pedagoga a agir em desespero. O caso levanta debates sobre a aplicação da legítima defesa em situações de violência prolongada e chama atenção pela forma como o corpo foi ocultado, o que reforça a acusação de homicídio qualificado com ocultação de cadáver.