Cláudia Tavares presta um depoimento longo e detalhado sobre a morte do marido, Valdemir, cujo corpo foi encontrado escondido em um freezer. Em sua fala, ela relatou ter consciência do crime, mas afirmou que sua decisão foi consequência de anos de violência física, psicológica e sexual sofrida durante o relacionamento. Segundo ela, desde o início a relação foi marcada por controle, ameaças e agressões, o que a fez viver constantemente com medo de ser morta junto da filha, Gabriela.

“EU SOU UMA ASSASSINA? NÃO EU SOU UMA SOBREVIVENTE”, conta Cláudia em depoimento.

No depoimento, que iniciou as 8h30, desta sexta-feira (29), Cláudia contou que a noite do crime foi motivada por mais um episódio de violência e ameaças. Ela relatou que tentou dopar o marido com medicamentos, temendo sofrer abusos, mas, após a droga não fazer efeito imediato, Valdemir adormeceu. Nesse momento, tomada pelo medo de que ele cumprisse as ameaças de morte, ela decidiu amarrá-lo e sufocá-lo até a morte. Cláudia afirmou que, após o ato, entrou em choque, sem acreditar no que havia feito, e escondeu o corpo no freezer, alegando que não sabia como agir e que chegou a esquecer, por momentos, que o marido estava ali, achando que ele voltaria caminhando como se nada tivesse acontececido.

Cláudia chegando para depor.

Durante os dias seguintes, enquanto a família e autoridades faziam buscas por Valdemir, Cláudia participou das diligências, mas relatou que por diversas vezes pensou em confessar. Em sua fala, emocionada, disse sentir culpa por não ter revelado antes e afirmou que nunca planejou o crime, mas que sua atitude foi resultado de um “conjunto de violências” que sofreu ao longo dos anos. A defesa sustenta que ela agiu em desespero, enquanto a acusação reforça o caráter cruel do homicídio e da ocultação do corpo.