O caso que chocou Santa Catarina e ganhou repercussão nacional volta ao centro das atenções com o julgamento de Cláudia Fernanda Tavares, acusada de matar o marido, Valdemir Hoeckler, e ocultar o corpo em um freezer na própria residência, em Lacerdópolis, em 2022. A investigação apontou que a vítima foi dopada e asfixiada, e que o corpo permaneceu por dias dentro do eletrodoméstico até ser descoberto pela polícia após uma denúncia de um vizinho.
Cláudia confessou o crime, mas a defesa sustenta que a ação foi motivada por anos de violência doméstica, com relatos de agressões físicas, psicológicas e ameaças, o que teria levado a pedagoga a agir em desespero. O caso levanta debates sobre a aplicação da legítima defesa em situações de violência prolongada e chama atenção pela forma como o corpo foi ocultado, o que reforça a acusação de homicídio qualificado com ocultação de cadáver.
Após quase dois anos em liberdade com uso de tornozeleira eletrônica, Cláudia voltou à prisão por decisão do Superior Tribunal de Justiça, atendendo recurso do Ministério Público, que argumenta pela gravidade do crime e risco à ordem pública. O julgamento será realizado por júri popular em Santa Catarina, ainda sem data definida, e promete mobilizar não apenas a comunidade local, mas também especialistas e entidades ligadas à defesa dos direitos das mulheres.
